quinta-feira, 1 de maio de 2014

“A ordem é evitar atitudes negativas”.

Escutei essa frase há algum tempo e fico me perguntando se realmente o foco de um curso de atendimento ou o objetivo maior de um empresário, ao orientar seus colaboradores, seja nessa direção.
Sabemos que em tempos de muita concorrência e demanda em alta de produtos, assim sendo a qualidade no atendimento deixa de ser apenas uma estratégia de diferenciação e passa a se tornar realmente uma questão de sobrevivência.
Contudo, o que comprovamos corriqueiramente é uma grande diferença, de aspectos simples, entre o que deveria ser feito em um atendimento e o que realmente encontramos no mercado. E geralmente colocamos a culpa apenas encima dos atendentes, quando na verdade, quase sempre, não são os maiores culpados. Sendo a gestão desastrada a grande culpada pelas lambanças no atendimento.
Então o que acontece com os gestores? Não estão atentos para o mercado? Não observam o atendimento de sua organização? Não sabem a fundo sobre qualidade? Nunca escutaram a expressão “fidelizar clientes”? Estão imersos nas diferentes áreas de gestão da empresa, que pequenos detalhes do atendimento, acabam por passar despercebidos?
A estatística publicada pelo Sebrae durante muito tempo revelava, absurdamente, que mais 70% das pequenas e médias empresas brasileiras fecham suas portas antes dos 4 primeiros anos de vida.
Todas as leituras, que pude consultar, apontam que a falha permeia sobre o motivo pelo qual se abriu o negócio. Alguns estudiosos relatam que no Brasil temos dois perfis bem definidos de novos empresários: Um é o empreendedor empresário, aquele investidor mais preparado, que lida mais rapidamente com as intempéries do mercado, que se arrisca embasado em estatísticas e aposta, sendo capaz de controlar os resultados e de conduzir os rumos de seu negócio.  O outro é o empreendedor, que por necessidade mesmo, acaba por abrir um negócio em decorrência da falta de oportunidade de emprego e que, quase sempre, não tem estudo nas áreas de administração, experiência e quiçá maturidade para lidar com o seu próprio negócio.
Quer saber como vai uma empresa? Preste atenção ao seu atendimento. O atendimento serve como termômetro, capaz de pontuar em que nível de má gestão encontra-se uma empresa, pois de fato ele não é a causa dessa má gestão, mas o reflexo dela ou a conseqüência.
Atendimento não se faz apenas tirando as atitudes negativas! É algo a mais! É necessário pesquisa, posteriormente planejamento, gente capacitada, estruturas desburocratizada o suficiente para satisfazer as necessidades do cliente e burocratizada o suficiente para manter o controle, investimento em procedimentos ágeis, estudo, treinamento, planos de incentivo, motivação, medo de perder, recrutamento e seleção de pessoal bem feito, disposição para o trabalho, conhecimento da concorrência etc.
Não há mais espaço para “achismos”, métodos apenas empíricos de tomada de decisão, desperdício de capital de giro, investimentos em propagandas erradas, atendentes que aprendem apenas fazendo, mau planejamento do estoque, mercadorias sem giro, engessamentos em atendimento, salários mínimos que não atraem pessoas capacitadas, dentre outros. Esses são alguns fatores que também contribuem para transformar a capacidade empreendedora de nossos brasileiros, em um rápido e sofrido passeio pelo mundo empresarial. São por essas e outras que costumo escutar de amigos da área: “adoro gestão, mas odeio a mentalidade dos gestores”.
Há um terceiro gestor. Para esse eu gostaria de citar minha indignação. Esse é leigo de tudo, empreendedor de nada, empresário de si mesmo, a quem chamo de caronista babão de político, que passa a vida em cargos comissionados – esse é o desastre de nosso pais.

Então mudemos a frase para “a ordem é evitar gestores negativos”.
Reflexão Sobre a Construção de um Modelo Educacional.
Autor: Miguel Felipe Gomes da Trindade


RESUMO

A reflexão da realidade faz-se necessário sempre! Essencialmente mediante crises e o clamor da população, para que haja ações urgentes de mudança do quadro presente. Certamente o modelo de educação não somente brasileiro, como vistos em boa parte da literatura consultada, atinge resultados morosos e insatisfatórios diante de padrões de nações ditas desenvolvidas. O presente artigo se estrutura a partir dos seguintes blocos temáticos: apresenta uma compreensão básica e introdutória sobre a busca por um modelo eficiente e eficaz de educação, bem como indica formas de se buscar esse modelo, entendendo suas vantagens e complicações. Alerta para modismos de modelos educacionais e critica a falta de modelos de qualidade que possam indicar um norte a ser debatido e buscado como forma de sair da inércia de nossas políticas e melhor aproveitar os recursos.

Palavras-chave: Modelo Educacional; Habilidade e Competências; Futuro da Educação.

INTRODUÇÃO
Qual o Educador, aluno ou pai, independente do tamanho de sua comunidade, que ainda não tenha se perguntado, qual seria a forma de educar mais adequado para preparar e formar o indivíduo para o pleno exercício da cidadania e para o mercado de trabalho? É uma simples pergunta que envolve toda e qualquer sociedade, mas essencial para que se possa projetá-la para um futuro de sucesso. 

Sabemos que a mudança deve acontecer como vimos em 2013, às ruas de todo pais clamando por melhorias. Contudo a grande massa não sabe como proceder diante de tanto caos, refletido no dia a dia de cada um e nas estatísticas educacionais brasileiras.

O sistema de ensino público é visto por pensadores, correntes e tendências como obsoleto e incapaz de se renovar, de forma que as críticas alimentam-se, preocupantemente, de um sentimento de crise.

Um indicativo, trazido das empresas é de que para que haja um começo, é necessário um olhar para dentro das estruturas educacionais e ter como referência o ambiente externo que pode requerer a revisão de sua contribuição para a melhoria de sua resposta para a sociedade.  É essencial que haja um norte a ser seguido, como forma de buscar em conjunto, de forma clara e objetiva, um modelo eficiente de construção do saber.

Na verdade, é preciso perguntar: Qual o modelo de Educacional deveremos buscar? E tão importante quanto: “Qual é o seu modelo de Educacional que vem sendo adotado?

Na escolha de um há um conjunto de escolhas a serem feitas pelos educadores, sobre caminhos a serem traçado para a melhor construção do saber, sobre o trabalho de gestão, como eles definem objetivos, motivações, esforços, coordenação das atividades e alocações de recursos.

Importante lembrar que escolher ou formatar um modelo é fazer escolhas. Escolhas sobre como as atividades são coordenadas pelas políticas educacionais, como são tomadas as decisões descentralizadas (em cada rincão), escolhas sobre a natureza dos objetivos que cada escola almeja e escolhas sobre como os indivíduos estão motivados para prosseguir estes objetivos.

A verdade é que não existe receita para o sucesso no desenvolvimento de um modelo de educacional, há muitas abordagens válidas e o primeiro passo é ter uma liderança comprometida (corpo docente), em atender a todas essas escolhas sendo um exemplo a ser seguido pelos demais componentes da estrutura escolar.



REFERENCIAS TEÓRICAS


No campo da administração enxergamos que as grandes soluções, idéias e inovações provem da clientela, em busca de satisfazer suas necessidades e anseios. Contudo essa comunicação ainda precisa ser mais ágil, barata e traduzida de forma segura; além do que deve ser objeto de pesquisa em tempo real, para que seja capaz de nortear as ações da gestão na busca da qualidade, no gerenciamento de recursos, geralmente escassos e na gestão de conflitos.  
            È objetivo de quem estuda Educação buscar o produto ideal, ou seja, o modelo mais eficiente na educação, capaz realmente de desenvolver as habilidades e competências do corpo discente, que em nossas instituições, tem se mostrado pouco eficiente. Estamos presos a ementas e imersos a conteúdos que não são capazes de acompanhar a evolução do mercado de trabalho, pouco se investe em aperfeiçoamento para o professor e o investimento em estrutura e tecnologia são mínimos.
            Preparar um ser para viver melhor é muito mais profundo do que apenas dotá-lo de conhecimentos em matemática, português, ciências etc, pois, mais do que o qualificar, é necessário fornecê-los mecanismos capazes de desenvolver suas habilidades e competências.

             É perceptível que embora alguns bons alunos que tenham a facilidade de se expressar bem na forma escrita, ainda possuam dificuldades de se expressar oralmente, encapsulados por seus complexos, de forma ansiosa e envolta pelo medo de errar e/ou esquecer suas explanações. A grande maioria tem dificuldades preocupantes para administrar sua vida financeira, para planejar sua careira, para gerenciar seu tempo e para transformar simples conhecimentos teóricos em práticas.

       Gerar competência é bem diferente de fornecer qualificação. Competência estar relacionada a conhecimentos, habilidades e atitudes, estando voltada para a gestão de recursos e de mudanças. Sendo assim, educar não pode define-se mais com uma simples difusão do conhecimento, para tanto é necessário administrar situações complexas de aprendizagem, visto que o colegiado deve se tornar um centro capaz de refletir sobre suas práticas, de resolver problemas, de ensinar a escolher e por fim, de elaborar estratégias pedagógicas mais eficazes.             
          Todo e qualquer modismo surge como a solução a ser objetivada para a obtenção de uma maior qualidade e aproveitamento de recursos. Cada época traz consigo os modelos de fazer ciência, de interpretar os problemas e de enxergar o mundo. Esses modelos que surgem estão ligados a aspectos políticos, sociais e econômicos da sociedade, de forma que os caminhos propostos no campo educacional não fogem à regra, pois muitos e diferentes são os encaminhamentos que vão surgindo na história da Educação em nosso país e no mundo. Dentre estas propostas é que aparecem termos como:  “interdisciplinaridade”, “construtivismo”, ‘‘educação global”, “‘currículo transversal”,“centros de interesse”, “metodologia de projeto", dentre outros.
            Muitos são os termos abordados em educação que podemos encontrar em destaque nas prateleiras das livrarias, conforme destaca  Maria do Socorro de Souza (1998:11),:
"As edições pedagógicas enchem as prateleiras de livros sobre construtivismo, interdisciplinaridade e pedagogia de projetos. (...). Nas diretrizes curriculares atuais apresentadas pelo MEC aparece: ‘Interdisciplinaridade como uma das diretrizes para uma Pedagogia de Qualidade’. Professores se dizem construtivistas e indagam aos outros se também o são. Os pais dizem que não acreditam no construtivismo. Uns chamam de método construtivista, outros dizem: ‘não é método, é teoria’. Escolas ainda anunciam que a Educação Libertadora já passou, sendo agora a vez do construtivismo. Dentro das escolas, os professores vivem a interdisciplinaridade, fazendo viagens com os alunos, nas quais vão professores de mais de uma disciplina, orientando o trabalho de geografia, história, etc. Todos estão tentando viver a interdisciplinaridade, planejando com seus colegas, falando de outros saberes em sua aula."
                                                                                                   Bem mais interessante do que tentar trazer diversos conceitos e definições sobre o que compõe esses modismos é tentar entender de que forma eles surgem. Vejamos que, a interdisciplinaridade emerge oficiosamente como forma de contrapor a fragmentação do saber que atinge a pedagogia mundial.

            Em civilizações antigas, em oposição ao saber das sociedades atuais, podemos observar que o saber se construía de forma mais global, como pontua Silvio Gallo (1994:159):
"Nas sociedades antigas, a produção do conhecimento fazia-se em respostas às necessidades de explicação de uma realidade misteriosa que era experimentada no dia a dia, espantando os nossos ancestrais e levando-os a formular questões fundamentais em torno do sentido da vida e do universo. As repostas então construídas estavam inseridas naquele contexto social e eram necessariamente globalizantes: misturavam religiosidade, engenhosidade e praticidade. Deste modo, os primeiros conhecimentos sobre o mundo construídos pelo homem não estavam dissociados, mas todos brotavam de um ponto comum e procuravam explicá-lo."
Ainda segundo Gallo, a partir da revolução industrial, mediante o acúmulo do saber, foi ocorrendo de um lado, uma especialização cada vez mais radical dos saberes e das ciências, e de outro, a perda do domínio da totalidade do conhecimento global sobre a realidade pelos indivíduos.
No entanto, ao mesmo tempo em que ocorria a fragmentação e a especialização dos múltiplos saberes, no trabalho, a produção deixava de ser autônoma e complexa nas mãos de indivíduos qualificados, passando a ser um processo de produção atomizado e desqualificado. Assim é que, tarefas que no passado requeriam certa qualificação profissional foram divididas e subdivididas em várias tarefas simples que qualquer pessoa sem formação poderia desempenhar. E, como nem todo trabalho era possível de ser realizado por pessoas sem uma qualificação profissional especializada, toda tarefa específica passou a ser realizada por especialistas. E é por esta razão que a educação da época era direcionada ao desenvolvimento de habilidades, altamente especializada, fragmentada e desconectada de um todo que poderia ser a sociedade, o corpo humano, ou um edifício.
O modelo de produção, tão pontuado nas escolas de Engenharia e Administração, proposto por Taylor e aprimorado por Ford, passou a declinar nitidamente na década de 80, quando as sociedades, principalmente que iniciavam a reconstrução da democracia, clamavam por novas necessidades de uma economia de produção mais flexível e a elevação do consumo trazia consigo, a busca por produtos diferenciados e conectados com os padrões globais de tecnologia.  Sendo assim as tarefas fragmentadas e o trabalho individualizado cedem, dando lugar ao trabalho em equipe com ênfase sobre a participação dos trabalhadores.
Essa evolução prova que a sociedade é mutante nas suas necessidades e dessa forma, a indicação de um modelo educacional comum a toda nação, poder-se-á ser um caminho perigoso, no tocante a o engessamento das formas de construção do saber. Sendo assim, trazer o melhor da contribuição de diversos autores e educadores é por si só formar um debate, indicar um caminho e democratizar o pensamento filosófico já registrado.
Se o processo de globalização exige indivíduos mais capazes de resolver problemas cada vez mais complexos, então também requer indivíduos com saberes cada vez mais globalizado. Assim sendo, nesse novo ideal de educação vê-se surgirem os conceitos como ensino globalizado, participação do aluno na construção do saber, democracia nos debates, trabalho em equipe, abrangência dos conhecimentos, autonomia para a administração do tempo e por fim, a grande bola da vez, cadeira cativa na formação pedagógica: a interdisciplinaridade.
            Um currículo interdisciplinar é um tipo de método de ensino ou plano de curso, que incorpora as contribuições de vários assuntos disciplinares em um único tópico. Funcionando de certa forma como um resgate desse conhecimento mais abrangente, proporcionando aos alunos não apenas a compreensão do tema central, mas uma profunda compreensão das relações, do contexto mais amplo do assunto e trazendo nos valores de contextualizar a informação como um meio de melhorar a compreensão.
           
            Porem nem tudo são flores, pois revendo os críticos da interdisciplinaridade, observamos a sugestões de que o método poderá levar a ignorância dos tópicos mais essenciais, pois na busca por explorar o que é importante a ser levantado dentro do assunto, possa se perder a missão crítica planejada para uma aula.
Na prática, visto o entendimento de diversos autores, a interdisciplinaridade, provem da necessidade de trocas entre os especialistas e na integração das disciplinas num mesmo projeto de pesquisa ou plano de ensino, sendo necessário refletir a fundo sobre a produção, a transmissão e a aquisição do conhecimento.
Contudo, o conceito propriamente dito, ainda como exemplo, a interdisciplinaridade, é algo ainda em construção, tratando-se de um campo de estudo ainda não solidificado. O que Ivani Fazenda (1995a:30-1) esclarece, pontuando que o termo  “interdisciplinaridade” não possui ainda um sentido único e estável e que trata-se de um neologismo cuja significação nem sempre é a mesma e cujo papel nem sempre é compreendido da mesma forma. O que nos leva a observar que são por estes motivos que as discussões e o estudo sobre o assunto ainda se encontrem presentes em destaque em vários lugares, juntamente a outros termos tão debatidos em estudos de melhoria da qualidade na educação.
Maria Clara Infante Pereira juntamente com outros autores (1991:288), em um artigo intitulado "A Interdisciplinaridade no Fazer Pedagógico", assim escreveram:
"Ela pressupõe a interação, e não simplesmente a integração de disciplinas científicas, de seus conteúdos e diretrizes, de sua metodologia, de seus procedimentos, de seus dados e da organização do ensino. Acreditamos na interdisciplinaridade como instrumento que pode contribuir para que a escola seja um lugar onde se produza coletiva e criticamente um saber novo."
Então, para a formatação de um estudo serio e comprometido, há a concordância de diversos autores da área de gestão educacional que não se é possível a adoção puramente de uma escola ou modelo por imposição ou por mero modismo, pois sua prática exige um planejamento integrado, que em geral não é tarefa simples. Para tanto, algumas questões devem ser pensadas, tais como:
1. De que modo a globalização, em toda sua corrente neoliberal, determina a forma de implementação de um modelo na educação?
2. A dificuldade da operacionalização de um modelo origina-se da necessidade de recuperação em caráter emergencial de nossa construção do saber?
3. A implementação de um currículo especifico será uma obrigação imposta pelo MEC às instituições de ensino, ou será uma exigência de mercado para que o individuo, em sua formação, tenha uma visão mais ampla das origens dos problemas e suas soluções históricas?
4. Como nossos professores poderão adentrar na transmissão do saber por uma abordagem imposta ou recomendada, se suas formações primavam por um modelo que foi transferido durante anos de docência em suas áreas de conhecimento?
5. Como sair da formula “cartesiana” de ensino, fazendo com que o aluno contribua para a produção do saber e, de forma responsável, não apenas seja um mero receptor do conhecimento?
6. Como tornar a sala de aula menos chata?
   Embora instituir o direcionamento por um modelo bem debatido seja tarefa árdua nos primeiros momentos, é sabido que “o caminho é o caminhar”, pois precisamos abrir as portas e janelas, para que a educação areje-se de conceitos evolutivos, mesmo que para isso seja necessário beber de fontes importantes do passado. Fontes essas bem justificáveis, pois é notório que boa parte dos professores brasileiros ainda não as tenham conhecido.
Dessa forma podemos trabalhar a construção de um modelo não como o fim. Sendo para tanto, necessário em primeiro lugar uma atitude, por parte do professor, uma predisposição psicológica a ser desenvolvida no aluno e entendimento por parte das instituições de ensino, da necessidade de garantir recursos como tempo, investimento e apoio destinados aos educadores, de forma que estes possam ter condições de estudo, pesquisa e preparo de um trabalho inovador, diferenciado e qualitativamente bem embasado.
Precisamos de vistas largas, de um pensamento que não se feche nem nas fronteiras do imediato, nem na ilusão de um futuro mais que perfeito. À maneira de Reinhart Koselleck (1990), interessa-nos compreender de que modo o passado está inscrito na nossa experiência actual e de que modo o futuro se insinua já na história presente.
Pensar o futuro é um exercício arriscado e, muitas vezes, fútil. Mas, apesar dos avisos, não resistimos à tentação de imaginar o que nos irá acontecer, procurando, assim, agarrar um destino que tantas vezes nos escapa. Como revela Pierre Furter.
O horizonte não existe para nos trazer de volta à origem, mas para nos permitir medir toda a distância que temos a percorrer. O homo viator constrói uma casa apenas para o tempo necessário, pois é caminhando que ele se encontra e descobre o sentido da sua ação. (Furter, 1966, p. 26)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            O conhecimento não é somente histórico, epistemológico, lógico, mais também dialógico. O grande caminho para evolução dos nossos sistemas de ensino é transformar esse conhecimento imposto, unilateral, incutidor de idéias, doutrinador, hierarquizado de cima para baixo, para um ensino dialético. A dialética é revolucionaria e construtora, a contradição é o berço da mudança, o berço da liberdade, o berço da transformação e ela somente se dá no dialogo. Para que possamos construir e muda o que tem que ser mudado, é preciso que a escola apenas não forme gente, mas sim os forme formando-se. Se todos já tivessem essa consciência, então educação sem desperdício de investimento e alto rendimento no desenvolvimento de habilidades e competências, para todos, já seria uma realidade.
          
              A partir do movimento pela construção de um modelo educacional de excelência, é que será possível a construção de uma visão ampliada e humanista sobre a educação, que fortalecem os princípios da não segregação, convivendo com a diversidade de opiniões, a valorização da socialização e da igualdade, fomentando a relação professor-aluno-pais e cultura escolar. Sendo também através da análise e elaboração de estratégias próprias, de cada escola e de cada professor, a partir de sua realidade, de sua formação e convicções que aglutinaremos saberes novos sobre o que é eficiente e eficaz, que irão auxiliar na construção de uma didática aperfeiçoada para trabalhos futuros.


BIBLIOGRAFIA
FAZENDA, Ivani C. A. Interdisciplinaridade: Um projeto em parceria. 3ª ed., São Paulo: Loyola 1995.
FAZENDA, Ivani C. A. Interdisciplinaridade: História, Teoria e pesquisa. 2ª ed., Campinas, SP: Papirus, 1991.
FREIRE, Paulo Reglus Neves. Pedagogia do oprimido.New York: Herder & Herder, (manuscrito em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1970.

FREIRE, Paulo Reglus Neves . Entrevista no documentário Educadores do Brasil, Paulo Freire. (on line). Disponível: https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=eXYpwqcXI6s,  2010.

FREIRE, Paulo Reglus Neves. Entrevista no Programa Memória Viva, TV Universitária da UFRN. Gravado 1996. Reexibido em abril de 2013.

FURTER, Pierre. Educação e vida. RJ: Editora Vozes, 1966.

GADOTTI, Moacir. Educação e poder. (Cortez, 1988), Paulo Freire: Uma bibliografia (Cortez, 1996),

GADOTTI, Moacir. Entrevista no documentário Educadores do Brasil, Paulo Freire. (on line). Disponível: https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=eXYpwqcXI6s,  2010.

GALLO, Silvio. Educação e interdisciplinaridade. In Impulso, v. 7, n.º 16, 1994.

GALLO, Sílvio. Conhecimento, transversalidade e Educação. In Impulso, v. 10, n.º 21, 1997.
KOSELLECK, Reinhart. Le Futur passé - Contribution à la sémantique des temps historiques. Paris: Éditions de l'École des hautes études en sciences sociales, 1990.
PEREIRA, Marilú Mourão. Artigo:Inclusão Escolar: Um Desafio Entre o Ideal e o Real. http://www.portaldaeducacao.com.br/pedagoria/artigo2284.
PEREIRA, Maria C. I.; LEITE, Maria T. de M.; CAVOUR, Regina M. A. A interdisciplinaridade no fazer pedagógico. In Educação & Realidade, ano XII, n.º 39, agosto 1991..
SANTOMÉ, Jurjo T. Globalização e Interdisciplinariedade: O currículo integrado. (Trad.) Cláudia Schilling, Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
SOCORRO, Maria do. Construtivismo, interdisciplinaridade e pedagogia de projetos: Forças mobilizadoras do pedagógico? In Revista de Educação AEC, ano 27, nº 109, out./dez. 1998.
ARTIGO: Entendendo dos os movimentos sociais brasileiros: manifestações populares de meados de 2013.
Autor: Miguel Felipe Gomes da Trindade

RESUMO

O ano de 2013 deve ficar marcado na História do Brasil como o ano das reivindicações e protestos populares em massa. Os levantes iniciaram motivados principalmente pela alta no preço das passagens do transporte, a falta de transparência das planilhas de rentabilidade das empresas de ônibus coletivo e a falta de qualidade nos transportes de massa. A partir dessas ocorrências as manifestações populares ganharam novos ares, ampliando-se, trazendo novas e diversas pautas de reivindicações. O artigo traz toda uma reflexão objetivando o entendimento desse cenário inesperado de protestos populares, pontuando entre as diversas pautas, o que de fato é essencial e emergencial para a população, tentando enxergar os interesses e insatisfações mais imediatas. O artigo traz ainda os links que os jovens tem demonstrado fazer, entre a falta de um sistema de educação de excelência com outros problemas tais como: o crescimento da violência, da desigualdade, do preconceito e do desemprego.

Palavras-chave: Movimentos Sociais, Rede Social, Manifestação.

Introdução
    A sociologia sendo a ciência que estuda a sociedade e as regras de seu funcionamento nos traz, através de seus conceitos, teorias e métodos, um excelente instrumento de compreensão das situações que ocorrem no cotidiano da vida e de si mesmas como seres inevitavelmente sociais. Segundo Rafael Araújo, coordenador da Escola de Sociologia e Política de São Paulo e professor da PUC-SP, "Ela avalia a interação entre os indivíduos e seus desdobramentos na formação de grupos, associações e instituições".

              Através das observações pontuadas por cientistas sociais é que objetivamos aqui traduzir os nuances das manifestações desencadeadas em meados de 2013.
O ano de 2013 deve ficar marcado na História do Brasil como o ano das reivindicações e protestos populares em massa. Para surpresa de todas as esferas do governo, quanto da população, as insurreições destacam-se não somente por acontecer nas capitais de nosso país, como também no interior, trazendo uma inesperada quantidade de manifestações, de diferentes reivindicações e de grande volume de manifestantes engajados na luta.
Os levantes iniciaram motivados principalmente pela alta no preço das passagens do transporte, a falta de transparência das planilhas de rentabilidade das empresas de ônibus coletivo e a falta de qualidade nos transportes de massa. Reconhecidamente liderada por grupos estudantis. Contudo, as manifestações populares ganharam novos ares, ampliando-se, trazendo novas e diversas pautas de reivindicações, até se tornar um dos mais impressionantes movimentos vistos ate hoje no Brasil.
A priori, entender todo esse cenário inesperado de protestos populares, parece ser tarefa fácil para um país que ainda tem tanto por fazer e consolidar. Contudo, apesar de todas as reivindicações serem importantes e relevantes para cada cidadão que foi a luta, pontuar dentre as diversas pautas, o que de fato é essencial e emergencial para a população, ou seja, seus interesses e insatisfações mais imediatos, constituem-se como algo mais complexo a ser estudado.
Em pesquisa realizada pelo IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, sobre as prioridades dos jovens brasileiros, o item mais citado pelos jovens foi educação de qualidade (85,2%), seguido pela melhoria dos serviços de saúde (82,7%). O instituto consultou jovens com idade de 15 a 29 anos, solicitando para cada entrevistado escolher, entre 16 temas, os seis que seriam prioritários. O método é o mesmo utilizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) na pesquisa My World, cujo objetivo é subsidiar a definição das novas Metas do Milênio, a partir de 2015. A terceira opção mais citada pelos jovens brasileiros foi o acesso a alimentos de qualidade (70,1%) e em quarto ter um governo honesto e atuante (63,5%), demanda que, em nível mundial, fica na quinta colocação.

Curiosamente, a melhoria nos transportes e estradas, citada por 40,9% dos jovens como uma prioridade, foi a demanda que deu início à série de protestos. No mundo, esse tópico é apenas a 15ª prioridade entre as 16 possibilidades.

Tão comum a esses levantes populares é a difusão das informações via redes sociais, não sendo um fenômeno apenas brasileiro, pois o mundo tem assistido nos últimos tempos uma grande quantidade de protestos e muitos desses oportunizados pela Internet.


Compreendendo os movimentos sociais: Interesses e insatisfações

     Comum a todos os autores consultados é que, em linhas gerais, os movimentos sociais giram em torno de dois motivos básicos: defender interesses e manifestar insatisfação. Por mais variada que seja a pauta de discussão, por mais objetiva ou abrangente que ecoem as reivindicações, o cerne dos protestos serão, quase sempre, ou um ou os dois motivos juntos.
Segundo SOUZA(1997), as análises Históricas dos movimentos sociais no Brasil revelam forte enfoque teórico oriundo do marxismo, cada um com sua pauta de reivindicação específica. No entanto, todos expressavam as más condições econômicas e sociais presentes em nossa sociedade. Quando se expressavam no espaço urbano possuíam um leque amplo de temáticas como por exemplo, as lutas por escola pública, por creches, pela moradia, por transporte, saúde, saneamento básico etc. No meio rural, a diversidade de temáticas expressou-se nos movimentos de bóias-frias (das regiões cafeeiras, citricultoras e canavieiras, principalmente), de posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos proprietários.
Desde o inicio da sociedade moderna, os movimentos sociais sempre representaram as tendências de mudanças, marcando geralmente um período de micro ou macro ruptura com formas antigas de poder. Micro quando ocorrem mudanças apenas no interior de certas estruturas, sem substanciais alterações no poder dominante e Macro quando elas rompem com o poder, destituindo-o.
 Perpassando pelos movimentos mais marcantes da História de nosso país, SOUZA (1997) pontua:
 Em meados de 1950: os movimentos nos espaços rural e urbano adquiriram visibilidade através da realização de manifestações em espaços públicos (rodovias, praças, etc.). Os movimentos populares urbanos foram impulsionados pelas Sociedades Amigos de Bairro - SABs - e pelas Comunidades Eclesiais de Base - CEBs.
Nos anos 1960 e 1970: mesmo diante de forte repressão policial, os movimentos não se calaram. Havia reivindicações por educação, moradia e pelo voto direto.
Em 1980: destacaram-se as manifestações sociais conhecidas como "Diretas Já" e pelos “Caras Pintadas” que foram as ruas lutar pelo impeachment do Presidente Collor.
Em 1990: o MST e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos, tais como os movimentos sindicais de professores, dos bancários etc.
“Concomitante às ações coletivas que tocam nos problemas existentes no planeta (violência, por exemplo), há a presença de ações coletivas que denunciam a concentração de terra, ao mesmo tempo que apontam propostas para a geração de empregos no campo, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); ações coletivas que denunciam o arrocho salarial (greve de professores e de operários de indústrias automobilísticas); ações coletivas que denunciam a depredação ambiental e a poluição dos rios e oceanos (lixo doméstico, acidentes com navios petroleiros, lixo industrial); ações coletivas que têm espaço urbano como locus para a visibilidade da denúncia, reivindicação ou proposição de alternativas”.

          O sociólogo e professor da Universidade Federal de Goiás, Pedro Célio, relata que com o crescimento das cidades, veio também grandes mudanças nem sempre abrangidas pelo consenso dos interesses dominantes. Motivando grupos específicos a manifestar suas expectativas e inconformismos com a intenção de também serem considerados legítimos na esfera pública. Dessa forma, as manifestações ocorrem por que a sociedade precisa funcionar atendendo interesses, geralmente antagônicos, e isso faz com que grupos se sintam menos prestigiados e passem a reivindicar direitos que acreditam ter-lhes sido tirados.
 “Na origem da vida moderna, os movimentos sociais de mais repercussão envolviam quase sempre os conflitos de trabalho e capital”, afirma Pedro Célio. As reivindicações giravam em torno de baixos salários, carga horária excessiva, exploração de mão de obra e afins. “Depois de certo tempo, passamos a ter uma gama bem mais ampliada de entidades excluídas do consenso dominante, que geram mais protestos”.
Dessa maneira, aparecem movimentos de todos os tipos e gêneros, organizados por grupos que sentem que seus anseios não são atendidos pelo poder dominante, como o movimento feminista, o LGBT em pró do respeito a homo afetividade, os negros contra o racismo, uma comunidade buscando infraestrutura básica, os usuários do transporte coletivo, os artistas, os funcionários públicos, os professores, e todos quantos se sentirem excluídos.
Revisando a literatura sobre o assunto, em específico GADOTTI (1998) constatamos que um erro comum quando se trata de movimentos sociais, é achar que a sociedade é quem se organiza em prol de um ou mais objetivos. Na verdade quem se organiza são grupos distintos, pois por mais ampla que seja uma reivindicação, certamente ela não englobará todas as esferas da sociedade. É preciso perceber que os interesses de um grupo da classe trabalhadora não são os mesmos dos empresários. As insatisfações dos produtores rurais não são iguais às dos ambientalistas. Então, como a sociedade é formada por grupos de interesses antagônicos, por mais vasto que seja a conveniência de uma reclamação, ela não tem relevância para todos.
As passeatas, manifestações nas ruas, difusão de mensagens via internet, ocupação de prédios públicos, greves, marchas entre outros, são características da ação de um movimento social. Nas manifestações brasileiras, as demandas conclamadas pelos grupos que protestam, estão ressoando para um grande número de pessoas e mesmo que as reivindicações não abranjam toda a sociedade, os interesses em questão são comuns para uma maioria. O que justifica a tamanha proporção da participação popular.
Bem interessante é a observação relatada pelo prof. Pedro Célio de que é comum e estratégico para os grupos organizados pela luta social, incorporar as necessidades de outros grupos para conseguirem mais adeptos, e se expandirem. “Qualquer movimento, na sua origem, tem um motivo específico. Mas à medida que eles traduzem os desejos de outros grupos, esses movimentos expandem sua área discursiva, abrangendo interesses e necessidades de cunho diverso, ficando mais forte”.
A ação nas ruas é o que dá visibilidade ao movimento social, principalmente quando este é coberto por toda mídia. Ainda que alguns não possam estar fisicamente em “praça pública”, digitalmente, através da internet e mais especificamente por meio das redes sociais é possível concatenar os interesses e insatisfações, ou seja, ser ainda assim, atuante nos manifestos.

Quebra de paradigmas nos novos movimentos sociais brasileiro

O surpreendente desses novos movimentos e que talvez marque numa nova era de protestos são: a união dos movimentos, a inexistência de uma liderança única e a difusão da informação através das redes sociais.
As passeatas que aconteceram em todo o Brasil tiveram, em comum, a participação de muitos grupos de indivíduos reivindicando questões diferentes das propostas pela organização inicial. Foi possível notar a união de outros grupos já articulados. O que podemos observar foram reuniões com representantes de vários outros grupos a fim de traçarem metas mais bem definidas, e que englobasse reivindicações comuns a todos.
Vimos curiosamente a ausência de um líder específico para representar os grupos. A história dos movimentos sociais sempre traz consigo a figura de uma pessoa que estava à frente, estipulando metas e ditando as ordens. Dessa vez foi diferente. Os grupos se assumiam como independente e sem liderança.
A falta de um líder poderia ser, para muitos estudiosos, um dos principais motivos para levar uma empreitada desse tamanho a sucumbir em sua própria fragilidade de força, porém, ironicamente, o que se notou é que essa característica deu mais poder ao movimento. As manifestações ganharam mais vigor por se estruturarem em desejos espontâneos, onde não havia um líder manipulador tentando emplacar alguma causa que beneficiasse apenas pessoas específicas. O que se viu foi uma rede de indivíduos, onde cada um era seu próprio líder, com pautas diversas, abertos para todos que quisessem opinar.
Toda essa dinâmica só foi possível dada à comunicação via Internet. De forma que as Redes de Computadores, mais especificamente as redes sociais, tornaram-se ferramentas agregadoras entre os manifestantes, sendo um local usado para discussão de pautas, chamamento popular e definição das reivindicações de forma mais ágil.
Logicamente que nas redes sociais o ativismo não é tão engajado como na vida real. O que vimos é que a internet foi o principal espaço para discussão de idéias, e que, a partir daí, com tantos problemas visualizados, as pessoas passaram a exercitar mais sua cidadania e sinalizam adentrarem cada vez mais ao processo de politização, defendendo idéias e ações, a favor de uma opinião ou alguém e contra outros. Talvez cansados de tanta discussão, os brasileiros foram a luta e ao irem a praça pública, compreenderam que a internet deve ser utilizada como sendo um meio e não um fim. Que ela de fato é um grande fórum de debates, mas a rua é o grande palco que privilegia a prática efetiva de transformação da realidade.

A Pressão Popular e Algumas Conquistas  

A primeira pauta, sobre o aumento das tarifas de transporte coletivo, já obteve ganho com redução ou retorno para os valores praticados anteriormente em várias cidades do país. Restando em algumas capitais a conquista do “Passe Livre” e a melhoria da qualidade.
Outra reivindicação atendida com sucesso, foi a derrubada da aprovação, já quase certa, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, que tratava das competências das Polícias e do Ministério Público em relação aos inquéritos policiais. A população não apoiou o texto da emenda e se manifestou contra sua aprovação, e foi o que aconteceu, mesmo depois de a maioria dos deputados terem se mostrado favoráveis a ela.
O Governo Federal sinaliza pra um grande plano efetivo para sair do colapso da saúde. Logicamente é um problema muito grave no Brasil e necessita de mais aprofundamento nas discussões, o que tem levado a classe medica, até então considerada uma das elites das profissões de formação universitária, para as ruas em forma de passeata, buscando não somente a defesa da classe, como a construção de modelos de gestão e melhorias de programas de saúde pública.
Na Educação as reivindicações mais emergentes são as mesmas desde a década de 80. Contudo a pressão popular transmite a mensagem que mesmo que tenhamos evoluído na pasta educação, a carência de nossa população é imensa, de forma que essas ações estão longe de serem satisfatórias e que a pasta necessita de mudanças imediatas e não que venham “a conta gotas”. Bem relevantes são os links que os jovens tem demonstrado fazer, entre a falta de um sistema de educação de excelência com outros problemas tais como: o crescimento da violência, da desigualdade, do preconceito e do desemprego.

Conclusão
Os movimentos sociais são sinais de maturidade social que podem provocar impactos conjunturais e estruturais, em maior ou menor grau, dependendo de sua organização e das relações de forças estabelecidas com o Estado e com os demais atores de uma sociedade. Historicamente os protestos têm o poder de mudar os rumos de uma nação, e mesmo não ocorrendo grandes mudanças sociais, a manifestação em ultima analise, contribui para que a população perceba as insatisfações e absorvam uma cultura de reivindicações. Talvez, daqui para frente os jovens que vivenciaram esses protestos possam valorizar e contribuir mais na construção do saber sociológico, principalmente quando percebem a relação direta com a sociedade em que vivem.
 O país vivenciou a rebeldia de um pré-adolescente que passa a contestar os paradigmas autoritários e reprimistas de seus tutores, para evoluir na construção do seu próprio espaço.  Jovens estudantes entram em contanto direto com vivencias de insatisfações de qualidade de vida, quiçá de teorias sociológicas e criam oportunidades para a formação de atitudes e comportamentos mais sensíveis, a medida que passam a enxergar os diversos mundos e/ou as diversas realidades sociais.
O primeiro objetivo a ser alcançado em movimento social é o reconhecimento da expressividade e legitimidade do grupo protestante, através da oferta de acessibilidade para debate por parte dos poderes constituídos.  Essa ação por si só não garante o atendimento das reivindicações na sua amplitude, sendo necessário, o próximo passo de desenvolver as articulações políticas com o poder, para que se poça conquistar os direitos de forma expansiva.
Contudo, como articular com o Estado sem que elejamos lideres para estabelecer esse dialogo? A resposta é que teremos alguns “caronistas políticos” nesse processo, bem como também teremos pessoas sérias que comprarão a briga, dando a cara a bater, podendo se constituir como heróis anônimos ou não. Então dessa forma, mesmo que tenhamos as tão almejadas reformas políticas, tão clamadas nas ruas, é provável que para nossos futuros lideres no caminho do poder elegido, a História se repita. 
 Referências Bibliográficas

BORGES, Dr. Pedro Célio Alves..Periodico Tribuna do Planalto.. Sociólogo e professor da Universidade Federal de Goiás. http://tribunadoplanalto.com.br.

GADOTTI, Moacir. Educação e poder. (Cortez, 1988), Paulo Freire: Uma bibliografia (Cortez, 1996),

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica. www.ipea.gov.br

Portal da Educação. http://www.portaldaeducacao.com.br

SOUZA, Maria Antônia. Movimentos sociais no Brasil contemporâneo: participação e possibilidades no contexto das práticas democráticas. Dissertação de Mestrado em Educação. Parana, 1997. Universidade Tuiuti de Curitiba, PR.