Escutei essa frase há algum tempo e fico me
perguntando se realmente o foco de um curso de atendimento ou o objetivo maior
de um empresário, ao orientar seus colaboradores, seja nessa direção.
Sabemos que em tempos de muita concorrência e
demanda em alta de produtos, assim sendo a qualidade no atendimento deixa de
ser apenas uma estratégia de diferenciação e passa a se tornar realmente uma
questão de sobrevivência.
Contudo, o que comprovamos corriqueiramente é uma
grande diferença, de aspectos simples, entre o que deveria ser feito em um
atendimento e o que realmente encontramos no mercado. E geralmente colocamos a
culpa apenas encima dos atendentes, quando na verdade, quase sempre, não são os
maiores culpados. Sendo a gestão desastrada a grande culpada pelas lambanças no
atendimento.
Então o que acontece com os gestores? Não estão
atentos para o mercado? Não observam o atendimento de sua organização? Não
sabem a fundo sobre qualidade? Nunca escutaram a expressão “fidelizar clientes”?
Estão imersos nas diferentes áreas de gestão da empresa, que pequenos
detalhes do atendimento, acabam por passar despercebidos?
A estatística publicada pelo Sebrae durante
muito tempo revelava, absurdamente, que mais 70% das pequenas e médias empresas
brasileiras fecham suas portas antes dos 4 primeiros anos de vida.
Todas as leituras, que pude consultar,
apontam que a falha permeia sobre o motivo pelo qual se abriu o negócio. Alguns
estudiosos relatam que no Brasil temos dois perfis bem definidos de novos
empresários: Um é o empreendedor empresário, aquele investidor mais preparado,
que lida mais rapidamente com as intempéries do mercado, que se arrisca
embasado em estatísticas e aposta, sendo capaz de controlar os resultados e de
conduzir os rumos de seu negócio. O
outro é o empreendedor, que por necessidade mesmo, acaba por abrir um negócio
em decorrência da falta de oportunidade de emprego e que, quase sempre, não tem
estudo nas áreas de administração, experiência e quiçá maturidade para lidar
com o seu próprio negócio.
Quer saber como vai uma empresa? Preste
atenção ao seu atendimento. O atendimento serve como termômetro, capaz de
pontuar em que nível de má gestão encontra-se uma empresa, pois de fato ele não
é a causa dessa má gestão, mas o reflexo dela ou a conseqüência.
Atendimento não se faz apenas tirando as atitudes
negativas! É algo a mais! É necessário pesquisa, posteriormente planejamento,
gente capacitada, estruturas desburocratizada o suficiente para satisfazer as
necessidades do cliente e burocratizada o suficiente para manter o controle,
investimento em procedimentos ágeis, estudo, treinamento, planos de incentivo,
motivação, medo de perder, recrutamento e seleção de pessoal bem feito, disposição
para o trabalho, conhecimento da concorrência etc.
Não há mais espaço para “achismos”, métodos apenas empíricos
de tomada de decisão, desperdício de capital de giro, investimentos em
propagandas erradas, atendentes que aprendem apenas fazendo, mau planejamento
do estoque, mercadorias sem giro, engessamentos em atendimento, salários
mínimos que não atraem pessoas capacitadas, dentre outros. Esses são alguns
fatores que também contribuem para transformar a capacidade empreendedora de
nossos brasileiros, em um rápido e sofrido passeio pelo mundo empresarial. São
por essas e outras que costumo escutar de amigos da área: “adoro gestão, mas
odeio a mentalidade dos gestores”.
Há um terceiro gestor. Para esse eu
gostaria de citar minha indignação. Esse é leigo de tudo, empreendedor de nada,
empresário de si mesmo, a quem chamo de caronista babão de político, que passa
a vida em cargos comissionados – esse é o desastre de nosso pais.
Então mudemos a frase para “a ordem é
evitar gestores negativos”.
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