Outro
dia escutei que nosso cérebro funciona semelhante ao Hd do computador e
que, assim como um computado, possuímos pastas desorganizadas e muitas
vezes corrompidas, que deveriam ser excluídas, mas não o fazemos e
seguem sempre a disposição para o uso não inteligente.
O
Cérebro é de fato uma máquina fascinante e sofisticada, mas que não vem
com o manual de todas as funções, o que o torna indecifrável e
misterioso com seus milhões de meandros e facetas desconhecidos. São
tantos mecanismos de aviso, de alerta, de alarme, e de advertência que é
difícil, comparado a uma máquina, dizer quando um desses é posto no
mercado sem ter passado pelo controle de qualidade.
Mas
dentre todos os seus mecanismos, o cérebro humano possui três, de grande
importância e que são estudados pela psicologia e para-psicologia, que
são o ID, o EGO e o SUPEREGO.
O ID
é a parte original, a partir da qual, posteriormente desenvolvem-se as
outras duas. É responsável por satisfazer nossas necessidades básicas
desde o começo da vida. Sua atividade consiste em impulsos que buscam o
prazer, desejando a gratificação imediata e não tolerando a frustração. É
o nosso lado instintivo, que não mede as conseqüências dos atos para se
satisfazer.
O EGO é a parte que aprende a
controlar os impulsos, decidindo se estes devem ser satisfeitos
imediatamente, mais tarde ou nunca. Sua principal função é agir como
intermediário entre o Id e o mundo externo. A criança,
na proporção que se desenvolve, vai descobrindo que existem normas e
regras estabelecidas pelo meio, que se repetem com muita freqüência e
que acabam incorporando-se à estrutura psíquica, constituindo o
Superego. Seria o que chamamos de “dor na consciência”.
O SUPEREGO representa a resposta imediata, o “certo” ou o “errado”,
diante de várias situações que exigem uma tomada de posição, sendo o
impulso de censurar a tudo, a todos e principalmente a nós mesmos.
Diariamente
recebemos grandes doses de conceitos do que é certo e errado e, sem que
percebamos, acabamos por absorver, abastecer e salvar em nosso HD.
Quando
nossos pais investigam nossos amigos e namoradas, eles têm razão em
tentar identificar o meio em que eles convivem, ou simplesmente o
pedigree. Pois na fase de formação do caráter e da personalidade, para
os que realmente tem isso, o individuo dito bem criado e de boa
formação, que cresceu em condições de valores e padrões de comportamento
considerados normais, tem uma maior probabilidade de respeitar e
observar mais o EGO e o SUPEREGO que o ID,
e não transgredir comportamentos que eles reprovam e são mais capazes
de buscar aconselhamentos a pessoas com mais experiência de vida e de
boa formação. Há quem confunda isso com melhores padrões financeiros
vida.
Mas nada é garantido! Porque se forem se aconselhar
com um transgressor, tanto pode piorar, quanto iniciar um processo de
deformação de personalidade, comportamento e desvio de conduta. O que
justifica a frase: ”diz-me com quem tu andas, que eu te direi quem tu
és”!
Dependendo da educação que recebemos, do contexto em
que crescemos, dos que convivemos, tomamos como princípios básicos,
valores morais e sólidos, que inconscientemente armazenamos em nosso “HD”, na pasta subconsciente como corretos. A “dor na consciência” nada mais é que a atuação, o alarme emitido pelo nosso EGO em consonância com tudo que ouvimos, vimos e cremos ser correto.
Ao
longo da vida, nos deparamos com circunstâncias que nos obriga a tomada
de decisão e conseqüentemente de atitude, que vai de encontro e
conflita com as informações arquivadas nessa pasta subconsciente de
nosso “HD”. Sendo que lá, elas foram arquivadas como corretas e à medida
que as transgredimos, o EGO, reage, rejeita, dispara alerta e reprova,
sinalizando que estamos prestes a cometer uma transgressão dos nossos
valores morais.
Ao transgredirmos, posteriormente passamos
a nos sentir mal intimamente, e é um sentimento angustiante de lidar;
mais conhecido como “consciência pesada”, que nada mais é que o superego
atuando, como a voz da consciência lhe acusando.
Porém
se, impulsivamente, você resolve transgredir, embora saiba que é uma
ação errônea, então você entra em um território muito perigoso. Como por
exemplo, em momentos difíceis de sua vida, você passa a se estourar e
agredir verbalmente pessoas do seu convívio, depois de cometer essa
destemperança por várias vezes, o seu EGO passa a não ter mais aquela
pujança, aquela força para repreendê-lo ou acusá-lo, e é bem possível
que em determinado momento ele não o acuse ou reprove mais, passando a
aceitar como correto, sem remorso, como um meio de defesa ou uma válvula
de escape para suas tensões.
É ai que o individuo entra
no processo de banalidade de suas ações, o que justifica toda uma
família ser tida como brava e agressiva, ou o ato covarde, na medida dos
dias atuais, de uma família burguesa possuir escravos, achando tudo
muito normal e banalizando o conceito de ser humano.
Esse
processo é semelhante ao corretor do Word, que quando se escreve uma
palavra errada, ele identifica sublinhando com um traço vermelho; se
você der um clique com o botão da direta do mouse e escolher “adicionar ao dicionário”, pronto, mesmo que ela esteja errada, nunca mais ela fará o alerta, arquivando em sua memória como correta.
Essas
pessoas tornam-se incapazes de resolver indiferenças através da
conversa, do dialogo exemplar, do acordo, passando a utilizar até com
filhos e parentes a justiça, constituindo advogados, solicitando
indenizações, guarda de netos e sobrinhos, muitas vezes somente para
ferir e mostrar seu poder e utilizando-se de ameaças novamente.
E
o cérebro humano quando não sente mais o peso da transgressão, em
certos casos passa a sentir até uma certa sensação de prazer intenso, e
isso se aplica em mentir, roubar, furtar, consumir drogas e trair, enfim
você passa a ter desvio de caráter, conduta, personalidade, e não
percebe, na grande maioria dos casos, que está caindo no descrédito, na
desmoralização pessoal, sendo discriminado e mal falado até pelos
parentes.
Por ser um caminho quase sempre sem volta,
difícil de ser revertido, mesmo depois de anos de analise, esses
indivíduos passam, com toda razão, a serem evitados no circulo de
relacionamento, pois um agressor passa a praticar por vicio mesmo, por
qualquer motivo, desprovido de qualquer tipo de remorso. Mesmo quando a
pessoa agredida foi a errada, ele só tem um sentimento, “tenho que procurar a pessoa certa para falar na cara dela”.
Eu
conheço uma pessoa ali que confunde caráter, personalidade, boa criação
e boa formação, com situação financeira. Que perdeu a capacidade de se
sentir mal intimamente, quando agride o semelhante. É aconselhada por um
transgressor, que se esconde por traz das palavras dela. É incapaz de
refletir encima de uma boa leitura ou papo, para captar novas
informações e exemplos e os utilizar como ferramenta para auto-analise.
Que perdeu a capacidade de resolver as indiferenças através da conversa.
E não tem consciência literal que todos nos sabemos e propagamos que
ela é assim.
E você?
“Garrafa que levou querosene, nunca mais perde o cheiro” e mussarela se escreve com ç!
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